13 junho 2006

A Poética do Erótico (Movimento, 9 de junho)

Caros Poetamigos,

Foi bom pra vcs? Pra mim foi ma-ra-vi-lho-so! Também, uma galerinha de primeiro time, com a língua afiadíssima! Como sempre, em nosso Movimento, cada pessoa que esteve ali naquele espaço, naquela noite, congregou conosco, comungou com a poesia.

Agradeço à presença de todos. Vocês fizeram lindo!

Os VIPs (Voz Interior Poética) fizeram excelentes apresentações, cada um ao seu modo (afinal, ninguém beija igual!) A dupla do prazer - Cairo e Denizis Trindade - deram um show de performance no palco do Barteliê, não deixando a palavra pra trás nem um instante. Sylvio Back adotou o estilo 'moço comportado'. Interessante que ele começou sua apresentação introduzindo (ops!) ao público o conceito de poesia erótica e o pré-conceito da crítica. Depois, desfiou sutis e outras nem tanto palavras vorazes, fulgazes, taradas e criativas. Sylvio tem uma coleção admirável de hai kais eróticos - e como eram rapidinhas, ele dava duas.

Mudando de parágrafo e de sexo (ui!) - com o destaque merecido - registro aqui a minha admiração por Clarice Pietro. Além de exímia pianista - nos apresentou um tango sensualíssimo - dona de uma voz maravilhosa, ainda é uma pessoa iluminada pelo sorriso que traz estampado no rosto. Parabéns linda, és sempre bem-vinda!

Pra terminar (agora que tava ficando bom...) vou deixar abaixo um texto da nossa poetamiga Vânia Moraes - muito bom por sinal! - o qual li para abrir a noite de prazeres. Título: Pecado.

Em tempo: A noite foi recheada de atrações, de surpresas, canjas, presenças... mas se eu fosse citar todos aqui iria passar a noite em claro... Um exercício de memória a vcs - do que se lembra? o que mais te marcou? o que mais gostou?

Ainda em tempo: De digital em punho o casal Topini - Alex (da Palavril) e Fernanda - registraram tudo! (Obrigadaaaaaa) Fotos em breve! É, eu sei, eu também estou curiosíssima!!! Pode deixar que eu coloco tudinho aqui... hummm

Grande poetabraço a todos! Até o proximo Movimento!

Clauky (& SabaSauers)


Pecado (Vânia Moraes)


É tão difícil falar do pecado, sempre imprimir um ar de ironia, quando vejo tantas pessoas com almas salvas, mergulhadas na hipocrisia, quando vejo tantos homens e mulheres castrados em seus desejos, contendo os lampejos, limitando suas necessidades físicas e emocionais. Sim... Pecador, pecadora, são aqueles que fogem da sua essência animal, aquele que não caça sua fêmea, aquela que não fareja seu macho, aqueles que andam pé ante pé para não acordarem os sonhos luxuriosos que dormem em seus poros.

Pobres pecadores, mantendo-se presos nas cercas da opinião alheia.

Como é bom cravar o olhar nas formas do corpo, que se oferece em trejeito, num jeito sedutor na ânsia de viver as delícias do outro corpo.

Oh Pai... E a inquietude das mãos, como conter a inquietude das mãos, que correm sobre a pele desperta em arrepios, que buscam espaços inexplorados tocados ou não por tantas mãos, mas, que se portam como primeiras em terreno santo.

E o perfume natural, que embriaga de intenções não tão respeitosas, num bacanal de desejos inebriantes.

Quando vem dos lábios o sussurro, o inaudível que tudo diz. Esse som molhado no lóbulo da orelha acende, atiça a labareda de todos os infernos contidos na carne santificada a arder em brasa... Derretendo-se em sumo, em sêmen, que a boca ávida bebe, que a língua elétrica lambe, que os lábios em sede louca chupa.

Ah... Como é bom pecar, ser carne a vibrar, ser sentido nos sentidos oferecidos pela natureza humana.

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