RATOS de becos, de ruas e lapadas; DI VERSOS e cervejas, de poemas e piadas, de cantos e de cantadas e de tudo o mais que caiba. Atenção para o "que caiba" pois vivemos em grupo. RATOS são feras mamíferas que não abandonam o bando. A banda chama, o coro clama, a garganta esquenta, alguém grita e a festa começa! O RATO caminha sozinho com todos... O corpo do bicho tem muitas cabeças, diversas bocas e muitos tentáculos, daí ser impossível tentar ordenar o espetáculo. Mas tentamos... É bem verdade que quando nasceu o RATOS, a idéia imatura da "auto-gestão" era que nos guiava pela contra-mão do decurso. O microfone por vezes vazio de voz é o tempo que tínhamos para os outros, para nós; é a marca de que a coisa anda sem pressa nem violência. Não percamos a tranqüilidade da espera, o mundo é uma esfera que gira sem sentirmos; de dia, aguarda e confia e a noite virá. A liberdade da voz é um pressuposto básico do RATOS que dispensa o brado entusiasta: -"Microfone Aberto!". Para o microfone estar aberto em algum momento, quer dizer que em outro, o microfone esteve fechado. Mas não é esse o barato do RATOS que deixa o microfone sozinho e os poetas, cantadores, faladores, políticos, atores e artistas em geral, em polvorosa. O Microfone está ABERTO, ESCANCARADO, ARREGANHADO desde o início, este é um dos princípios; e se o público não se manifesta, não temos nem como começar a festa. O RATOS necessita dessa troca.
A coisa se forma e se firma no envolvimento com o espaço. Quem conheceu o RATOS DI VERSOS no Beco dos Carmelitas, no meio do tapete vermelho em que desfiavam as mais elegantes travestis do Rio, sabe bem do que estou dizendo. Lá conseguimos formar um público vivo que em manifestações espontâneas, dirigia o decurso do evento. Estamos nos firmando no espaço do Balaio e a coisa está crescendo novamente. O público são os RATOS que se confundem com poetas que são quem agita e põem pilha para que o brinquedo funcione por si só. Completamos 4 anos e continuamos a caminhada rumo à eternidade. SOMENTE TODOS JUNTOS PERMANECEREMOS RATOS DI VERSOS.
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